TEXTO sobre FILOSOFIA
DRAGÃO AMARELO
O Arché
Dialogávamos anteriormente sobre o Azoth, o mercúrio
já em um estado mais elevado ou propício às
criações internas. O que normalmente possuímos
em nosso interior é o mercúrio em um estado bruto
que deve ser trabalhado, lapidado, para se elevar e de fato poder
ser utilizado para as cristalizações internas.
O mercúrio já neste estado de Azoth pode ser trabalhado
para as criações e cristalizações necessárias
para desenvolvimento de nossas virtudes, despertar interno, etc...
Ao observarmos as questões da Obra interna, vemos que muitas
coisas se assemelham, ou funcionam de forma análoga, mesmo
que sejam por vezes temas distintos.
O Arché é pois o resultado do trabalho interno da
mistura deste mercúrio já transmutado (Azoth), do
antimônio (aqui fazendo o papel do Sal ou mesmo sendo o Sal
em um sentido mais elevado) e do Fogo do Espírito Santo.
O Arché é pois o resultado deste mercúrio fecundado
pelo fogo do Espírito Santo utilizado para a criação
de nossos corpos internos, já purificados, trabalhados e
fecundados. Aqui está o Solve et Coagula, dissolva e coagule,
ou seja, dissolva e cristalize.
Vemos que na Obra, neste trabalho alquímico, trabalhamos
com estes elementos internos, e que sempre há uma purificação
a ser feita e que sempre é necessário a integração
com nossas partes internas para que estes elementos sejam dissolvidos
e cristalizados. Seja no caso do Azoth a transmutação
mediante o amor, e igualmente a formação do Arché,
que igualmente é necessário a transmutação
mediante o amor, porém para criar ou cristalizar o resultado
deste trabalho interno.
Embora estejamos falando sobre termos alquímicos, o que vale
ressaltar e o que gostaríamos que realmente fosse levado
à reflexão, é que, para que todos estes processos
possam ocorrer é necessário que haja justamente uma
revalorização do trabalho, uma análise mais
profunda de nossos próprios pensamentos, sentimentos e ações.
Não há como processos divinos ocorrerem de forma justa
e adequada sem previamente utilizarmos nossa vontade para analisarmos
profundamente todas estas questões dentro de nós mesmos.
Caso não haja esta verificação, análise,
não há como darmos os primeiros passos. Também
sem um apelo espiritual, ou seja, buscar constantemente uma integração
com nossas frações divinas, não há como
isto que estamos abordando ou buscando, se manifestar de forma plena.
19/03/2020